Hoje trago uma nova proposta de um dispositivo lúdico baseada na experiência de estágio. Trata-se de um jogo adaptado à Alegoria da Caverna do filósofo Platão.
O dispositivo está dividido em 3 momentos.
No primeiro momento é distribuída a cada discente uma ficha de trabalho, em formato A3, com um fragmento do Livro VII da obra A República, de Platão. Foi pedido a duas alunas que dramatizassem o texto, uma vez que se trata de um diálogo, tendo assim presentes na sala de aula Sócrates e Gláucon. A partir da leitura e análise deste texto advirão outras estratégias que permitirão a identificação, mapeamento, problematização e consolidação dos conceitos essenciais do autor em estudo.
Após a leitura/dramatização, serão colocadas questões dirigidas aos discentes para uma melhor compreensão do texto (termos desconhecidos, recursos estilísticos apontados e/ou sentidos implícitos), sendo que no término da análise de texto, os alunos deverão registar as respostas às quatro questões constantes nesta primeira ficha de trabalho. Após o registo por parte de cada aluno, é pedido ao grupo turma que identifique os termos principais do texto, fazendo-se o posterior registo nas figuras em forma de bandeira presentes na ficha de trabalho.
É neste momento que surge na sala de aula o material lúdico: dois “mundos” e várias bandeiras (com os termos que os alunos coincidentemente identificaram) que terão que atribuir a cada um destes, justificando a sua escolha.
Para este segundo momento do exercício lúdico-didático, sugere-se o auxílio de dois discentes que auxiliarão a atribuição das “bandeiras” a cada “mundo”, justificando as suas opções. Os restantes discentes confrontarão as suas escolhas com as dos colegas, argumentando-as e, em grupo, registar-se-ão as respostas num segundo documento policopiado.
Esta segunda ficha de trabalho entregue a cada aluno contém um esquema que cada um terá que completar, realizando-se assim uma súmula de todos os conteúdos programáticos lecionados na sessão acerca da teoria platónica do conhecimento e das suas implicações, constituindo assim um momento último de recapitulação final dos conteúdos ministrados.
Trabalhos manuais: Utilizei duas bolas de esferovite para a construção dos mundos, as quais pintei com tinta (amarela para o mundo inteligível, representando a cor da iluminação, da verdade; e várias cores para o mundo sensível, que pintei a partir da tinta presente nas minhas próprias mãos que serviram como carimbo, representando a sensibilidade deste) e recortei em papel eva as letras necessárias. Para as bandeiras, basta imprimir as palavras escritas num documento word e colá-las em paus de espetada. Utilizei ainda um retângulo de esferovite que pintei de preto para servir de base aos dois mundos e, para suporte destes, usei ainda dois rolos de papel higiénico, também pintados de cor preta.
Espero que repliquem este momento lúdico nas vossas salas de aula. Depois contem-me o quanto os vossos alunos aprenderam brincando!
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