O presente texto,
proposto pela Professora Inês de Castro, tem como objetivo a análise da obra
“1984” de George Orwell, estando subdividido em 4 partes
Primeiramente, caracterizarei a sociedade descrita por George Orwell. Em segundo lugar,
estabelecerei a comparação dos traços totalitários, no 1984, com os dos regimes
totalitários do séc. XX. Depois apresentarei a reflexão sobre o papel reservado
à História pelo regime político descrito em 1984.
A ação principal
da obra foca-se na Oceânia sendo que a divisão do mundo, descrita por George
Orwell, em 3 grandes super-estados: Eurásia, Lestásia e a própria Oceânia. Governada
pelo SOCING, o único partido do qual o chefe supremo é o “Grande Irmão”, “…o
rosto de um homem dos seus 45 anos, com farto bigode e feições de uma beleza
austera”, a Oceânia apresenta uma estrutura social hierarquizada, estando
subdividida em 3 classes: “O Grande Irmão” e os membros do Partido Interno, que
fazem parte da classe superior; depois temos os membros do Partido Externo -
que equivale à segunda classe -, como exemplo disso temos a personagem
principal que era Winston; no fundo da hierarquia, temos os “proles”, que
representavam 85% da população, não obtinham grande informação e eram pouco
esclarecidos, vivendo em condições precárias.
Toda a sociedade, descrita por George Orwell, era
controlada pelo partido. As pessoas eram controladas por telecrãs, cada
movimento, gesto e fala era vigiado por aquele miniaparelho, “a voz provinha de
uma placa oblonga, de metal, como um espelho baço…”. Notícias, programas e músicas
eram controladas, fazendo com que as pessoas que não estivessem
a trabalhar estivessem envolvidas em atividades do partido, formatando assim as
suas cabeças. Certamente também o ensino era controlado, de modo a formatar as camadas
mais jovens da sociedade com os seus ideais. A própria língua chamava-se
“novilíngua” e reduzia o vocabulário dos cidadãos, fazendo com que estes não
tivessem pensamentos contrários ao regime.
Mas porque é que
as pessoas continuavam a acreditar no regime?
O que levava as pessoas a acreditar em muitas das
barbaridades do regime era o estado de guerra contínuo, muito em parte devido à
superprodução.
Comparação dos traços totalitários, no 1984, com os
dos regimes totalitários (fascismo/nazismo e comunismo)
São similares os traços
totalitários dos regimes de extrema esquerda e extrema direita com as
sociedades descritas no livro, 1984. Primeiramente
temos a ausência da oposição política, pois eles eram de tal maneira perseguidos,
torturados e até mesmo mortos que a oposição era quase inexistente, como foi
feito pelos regimes totalitários (fascista, comunista). Além disso, em 1984, podemos ver que a sociedade era desigual,
sendo que só uma pequena parte da população (2%, que eram os membros do
partido) deveria governar e, como se não bastasse, existia também um culto ao
chefe (“O grande Irmão”) que era considerado um herói (tal como Hitler,
Estaline e Salazar).
Tanto na sociedade do livro como os dos regimes supramencionados
existe um estado esmagador que subordina os seus interesses aos da população.
Tudo que é dito pelo Partido e elo “Grande irmão” é como um dogma. Outra
semelhança dos regimes totalitários é a exaltação do nacionalismo, como exemplo
disso temos a comemoração dos resultados das campanhas de produção que nem
sempre correspondiam à realidade. Tal como os regimes totalitários, o regime
totalitário orwelliano também recorre à ignorância para dominar as pessoas,
nomeadamente com o controlo do ensino e o controlo dos média para que pudessem
impingir as ideias dos partidos às pessoas (Kraft macht Freude).
Reflexão sobre o papel reservado à História pelo
regime político descrito em Mil Novecentos e Oitenta e Quatro
«Quem domina o passado domina
o futuro; quem domina o presente domina o passado.». Se por um lado “quem
domina o passado domina o futuro”, o autor mostra-nos que a história é escrita
pelos “vencedores” que certamente chegaram ao poder. Logo, os que venceram o
“passado” são aqueles que comandam o destino da sociedade. Por conseguinte,
“quem domina o presente domina o passado”, pois a história é constantemente
alterada por aqueles que estão no poder (os que venceram o passado) que
acrescentam, retiram e modificam factos a seu favor.
Primeiramente, embora que as pessoas não se apercebam,
somos cada vez mais controlados, com a internet, com o nosso IP, as nossas
compras, as câmaras de vigilância, os nossos telemóveis com a localização GPS e,
principalmente, a internet. Tudo o que pesquisamos no Google ou até no Facebook
é registado e usado para fazer publicidade de acordo com os interesses
individuais.
O controlo dos media e da propaganda, de George Orwell assemelha-se
cada vez mais com o atual. Nem todas a notícias são fidedignas, pois muitas das
vezes estão dependentes dos interesses económicos e políticos. A única maneira
de lutar contra este fator é apelar pelo nosso espírito crítico, não nos
deixarmos manipular. O problema é que há inúmeras pessoas que não têm formação
suficiente para perceber ou outras que nem querem mesmo saber. Cada vez
menos se vê jovens a ler, a escrever, a “levantarem-se da cadeira” e darem a
sua opinião fundamentada. Este é um aspeto importante porque com uma sociedade
ignorante há uma enorme facilidade de se instalar um regime igual ou até pior
que este.
A ignorância, a manipulação e o controlo da nossa vida,
são aspetos que se encontram cada vez mais na nossa sociedade.
Não devemos acreditar em tudo o que nos dizem ou na primeira coisa que aparece na televisão
e, essencialmente, devemos estar informados e atentos, não correndo o risco de sermos
manipulados. É necessário lutar pela verdadeira democracia
e por uma sociedade mais instruída, pronta a viver de acordo com os seus
valores e consciente daquilo que a rodeia.
Luís Fernando
Aluno de Línguas e Humanidades, 12º ano
Luís Fernando
Aluno de Línguas e Humanidades, 12º ano
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