A palavra estética pode ser definida segundo a etimologia ou a cronologia. Esta palavra é empregue pela primeira vez numa obra de Baumgarten, precisamente intitulada de Estética. Assim sendo, podemos dizer que estética é uma disciplina filosófica fundada na obra de Baumgarten, no século XVIII.
Baumgarten definia estética como "a ciência do conhecimento sensível". Note-se que para este autor, a filosofia até aquele momento não respondia aos problemas fundamentais, da vida e do mundo. Este filósofo vai tentar dotar o plano sensível de algum elemento positivo, do ponto de vista gnoseológico. Por estes motivos, o problema filosófico que a estética constituirá resposta é, precisamente, a elaboração filosófica do sentir.
Não obstante, note-se que não é só a partir do século XVIII que a experiência estética é teorizada. A teoria da experiência sensível aparece com Baumgarten no século XVIII mas antes esta experiência já era pensada, embora não fosse nestes modos, mas mesmo entre os filósofos Antigos encontramos reflexões acerca do corpo, das ideias... é óbvio que os homens não sentem apenas a partir do século XVIII, mas só aqui é que passou a haver uma teorização da experiência sensível. (nota: ver artigo seguinte)
A palavra estética provém da palavra grega aisthesis e, portanto, para sabermos o que estética significa teremos que recuar até à sua etimologia. A partir da definição da palavra «aisthesis» no dicionário de termos filosóficos gregos, podemos perceber que a palavra é polissémica, ou seja, tem vários significados, sendo os que mais se destacam: percepção, sensação. Podemos então dizer que a palavra aisthesis traduz um processo/momento de significação, uma determinada relação entre um sujeito e um objecto conhecido que é mediada pelo corpo. Note-se que é através da sensibilidade, dos sentidos, que apreendemos o real, que tomamos contacto com a realidade. É através dos nossos órgãos sensoriais que percepcionamos, que tomamos contacto com o objecto conhecido. Porém, a experiência estética não é apenas percepção e raramente é espontânea. O corpo é o mediador entre o objecto conhecido e a imagem formada no sujeito e esse corpo não tem uma função passiva no acto do conhecimento, ele influencia o processo com a sua subjectividade. O corpo é uma mediação entre a subjectividade e a realidade do mundo, mas não é uma mediação neutra, não operativa. A grande importância desta mediação é que ela é um motor que está permanentemente a trabalhar. Baumgarten confere ao corpo autonomia, eficácia e expressividade, o que vai dar lugar a um dos aspectos da mundividência moderna.
A estética é então, uma operação sensível, pois usamos os sentidos para perceber o que é que uma obra de arte tem para nos "dizer", qual é a sua mensagem. Contudo, essa mensagem depende da interpretação que cada um faça. A obra faz com que nós digamos coisas acerca de nós próprios, pois quando interpretamos uma obra, tudo depende do modo como nos abrimos perante esta, Somos nós quem diz o que a obra implica.
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