domingo, 15 de janeiro de 2012

Amor sem fronteiras

Hoje é domingo e depois de uma manhã chuvosa e de trabalho nada melhor do que chegar a casa e relaxar... um bom filme, um cobertor, o aquecedor nos pés e o melhor prazer que se pode ter a acompanhar tudo isto: chocolate. Ligo a televisão e assisto ao filme 'amor sem fronteiras' e aí fico assustada... wow! Um bom filme que nos faz pensar, ou melhor repensar nos problemas sérios da vida. Quantas e quantas vezes disseste que havia fome em África e crianças a morrer por causa da falta de assistência médica, condições básicas de sustentabilidade, comida, etc. Quantas vezes veio-te à memória o pensamento de que os teus problemas de falta de trabalho, de amor não assistido ou de amigos falsos são problemas que se podem reconstituir enquanto que a perda de um membro, a perda de uma mãe ou a perda da vida é algo irreparável? Porém, depois de pensarmos em tudo isso, continuamos a nossa vida como se nada fosse... Mas a verdade é que existe miséria, existem pessoas que não são livres, que sofrem por causa de doenças como uma constipação, diarreia ou febre... pessoas que não têm acesso a luxos, a prazeres úteis, pessoas com dignidade mas que morrem sem saber o que ela significa. Muitas vezes morrem por falta de cuidados, outras no meio de guerras... Criticamos os países mais abonados, criticamo-los por não apoiarem devidamente os campos de concentração para cuidados e auxílio médico a sujeitos oriundos da terra da miséria... aquela terra de solo infértil que só produz morte, em vez de gerar vida. Criticamo-los mas logo a seguir de comentarmos, vermos ou lermos artigos acerca disso, preferimos ceder à doce tentação de um saboroso luxo que nos satisfaz... Coloco três colheres de chocolate no leite e penso 'o que é isto? o que é que estou para aqui a fazer, quando de facto existem pessoas a sofrerem com dor: dor da fome e dor da morte'. Dores tão intoleráveis que eu nunca soube o que eram e agora aqui estou, como todos os outros seres luxuosos a beber a minha chávena de leite com chocolate que se esgota passado um minuto... um minuto da minha vida, sessenta segundos que dispensei a beber leite com chocolate... algo que me deu prazer, mas não tanto, nem metade, do que daria aquelas pobres e miseráveis crianças da Etiópia ou do Camboja. A Terra tem salvação, temos apenas que tentar deixar de parte luxos supérfluos e dar um pouco de nós, nem que seja 3% de nós, a quem realmente precisa.

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