sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Democracia e retórica - resumo

1. Caracteriza a democracia ateniense.
Em Atenas, no séc.V a.C., apenas os homens atenienses livres tinham direitos políticos, isto é, direito a participar nas assembleias da pólis e, assim, dar o seu contributo para os assuntos da cidade. Contudo, tais homens livres constituíam uma pequena parte do total da população (aproximadamente 12%), sendo a maioria afastada deste dever cívico por não ser considerada cidadão (mulheres, escravos e estrangeiros ou metecas).

2. Explica o papel da retórica para os sofistas.
Para os sofistas, a retórica era apenas um meio para atingir o sucesso nas assembleias políticas, isto é, estes professores itinerantes prestavam os seus serviços aos jovens, para que as suas ideias vencessem.

3. Identifica o objetivo da educação sofística.
O objetivo da educação sofística era educar os jovens para a política através de um conhecimento universal e não de uma técnica profissionalizante, para que assim obtivessem sucesso argumentativo em qualquer circunstância e sobre qualquer tema.

4. Problematiza as consequências da educação sofística.
Os jovens, sendo educados para atingir o sucesso no discurso, privilegiavam a palavra (logos) em detrimento da verdade (aletheia), o que faz com que pudessem defender um argumento, sem se preocupar com a verdade do mesmo.

5. Caracteriza as principais posições filosóficas atribuídas à sofística.
As principais posições filosóficas atribuídas aos sofistas são o humanismo, o relativismo e o ceticismo. Primeiro, os sofistas colocaram como centro dos problemas o homem e a sua ação, sendo o seu propósito a formação humana baseada num saber enciclopédico (polymathia). Em segundo lugar, os sofistas defendiam que não existem verdades absolutas, pois a verdade depende da circunstância e varia de homem para homem, logo, existindo uma pluralidade de opiniões, todos os homens têm o mesmo direito em expressar a sua perspetiva e todas elas são válidas. Por último, os sofistas defendiam que não há um conhecimento seguro porque uma mesma coisa pode ser vista de várias maneiras, logo, poderá ser defendida como verdadeira ou falsa. A respeito de tudo existem dois discursos que se contradizem um ao outro (antilogia) mas que são coerentes em si mesmos.

6. Avalia as críticas de Platão à sofística.
Platão criticou os sofistas por estes lidarem com as opiniões ignorando a verdade, permanecendo deste modo no reino das aparências/ilusões. Assim, sobrevalorizando o sucesso, os sofistas não se privavam de usar técnicas de engano e manipulação, contrastando com a via dialética dos filósofos que, através do diálogo, procuravam a verdade. "O sofista é o homem da ilusão, oposta à realidade; é o homem da falsidade, oposta à verdade". Daí, na sua obra República, Platão ter argumentado que só alguns homens têm capacidade de governar a cidade, identificando este grupo com os filósofos. No passo 473d da obra acima mencionada, o filósofo afirma que "enquanto os filósofos não forem reis ou os reis não se tornarem filósofos, não haverá tréguas dos males para as cidades nem para o género humano". Este modelo contrastava com o dos sofistas, que defendiam que todos os homens podiam ser bons governantes.

7.Descreve o modelo da educação dos filósofos.
O modelo de educação dos filósofos seguia a via da contemplação para atingir a justiça e a sabedoria, ou seja, o verdadeiro conhecimento e o acesso ao mundo inteligível, o mundo das formas ou ideias, onde a alma já esteve antes de se aprisionar no nosso corpo aquando o nosso nascimento no mundo sensível.

8. Dilucida a sugestão platónica do filósofo-rei. 
Para Platão, o filósofo é o mais apto a governar porque foi educado segundo um modelo regido pela verdade e sabedoria, que lhe permite libertar-se do mundo sensível das opiniões e alcançar o mundo inteligível do verdadeiro conhecimento.

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