Deja vu

Quando menos esperamos a vida, sempre cruel, volta a pregar-nos partidas, não nos deixando respirar, insistindo dia após dia em repetida e continuamente nos dar voltas à cabeça e oferecer-nos mais uma vez o que já nos tinha oferecido antes. O por quê desta situação ninguém o compreende... uns dizem já o ter vivido, outros dizem já o ter feito de maneira diferente e esta ser uma nova oportunidade, para fazer as coisas de outra maneira e tomar novas e diferentes decisões... pois que se dane. A vida é um ciclo, as opções que tomámos, as vivências que tivemos, voltam sempre mais tarde! Tudo é vivido mais do que uma vez e não interessa se foi bom ou mau, é nosso dever controlar essa decisão. Foi uma experiência má que a vida te ofereceu? Uma má sensação que percorreu teu corpo quando gritavas com ela para parar de te oferecer sensações insólitas que apenas te levavam ao caminho do desespero? Não descanses nem temas... a vida vai-te, de novo, oferecer esse presente, um chamado 'prémio de consolação' para nos congratular dos nossos feitos. Mas que feitos? Feitos que se baseiam em água salgada, ou em sentimentos não explicáveis, em temores e tremores de pensamentos? Desejos trémulos e incoerentes que não conseguem evitar uma nova recaída... Deja vu? Sim, todos os anos, ou pelo menos, passado uns anos... Volto-me a deparar com estranhos e velhos sentimentos, e eu... eu que já dizia dominá-los e saber como lidar com eles. Que estranha situação que a vida nos oferece! Quando tomarem decisões pensem e não ajam por impulso, pois a vida encarregar-se-á de vos oferecer as mesmas situações uns anos depois... Sensações expulsas do meu corpo que dominam a minha dança. Dança perturbadora que não me deixa descansar. Mas que raio de melodia é esta que não me deixa fluir e só me interrompe bruscamente? Interrompe com uma batida estranha e rude; interrompe secamente a minha vida. Ritmos e ritmos cheios de desilusão, desejo e o pior... Amor! Melodia, ritmos... passos sem resposta, apenas que transmitem as recordações de um passado presente. Presente pois o estamos a viver novamente, aquele passado que nos pareceu, à pouco, distante e efémero. A dança da minha paixão, que não me deixa ser feliz por um longo tempo, derivada da sensação estranha que me torna assim, num estado pensativo e ansioso. Que estranha dança. Mas que dança! Essa dança é a minha vida. Deja vu? Não obrigada. Mas o que fazer? Nós não comandados, somos comandados, portanto... Deja vu para sempre...