A filosofia caracteriza-se pela amizade à sabedoria; uma constante busca pela verdade e uma contínua aliança com a inquietação. O filósofo não se contenta com a primeira resposta que obtém, ele luta por alguma mais verdadeira, mais completa que lhe sacie a sua curiosidade, porque ele sabe que a verdade não se detém e que ele sabe muito pouco - ainda lhe falta muito para a sabedoria verdadeira. Como todos os homens do senso comum, também o espanto suscita uma pergunta, perguntas essas que normalmente são caracterizadas como 'dúvidas metódicas' ou noutros casos 'dúvidas sistemáticas'. Muitas definições de filosofia surgem como aquela disciplina em que se faz perguntas acerca de tudo, ou seja, duvida-se de tudo! Isso, em parte, está errado. A filosofia não duvida de tudo só porque sim, a filosofia tende para encontrar respostas e não para fazer perguntas. No entanto, algumas perguntas que a filosofia desencadeia são tão complexas, que perduram ao longo de vários séculos sem conseguir obter respostas! Então, se os filósofos fazem perguntas e os homens do senso comum também o fazem... seremos todos filósofos?
A resposta é simples: "Ao duvidar, sim. Ao responder, no entanto, só alguns."
Note-se que todos temos a capacidade de questionar, de nos admirarmos e duvidarmos da veracidade de algo. No entanto, só alguns - os filósofos - têm a capacidade de conseguir responder a algumas perguntas, de percorrer um longo percurso até chegar à verdade e de confrontar factos e argumentos para não se deixarem induzir em erro! Como os problemas que a filosofia trata são de natureza profunda e vão de encontro com questões não muito acessíveis a todas as pessoas, os filósofos têm que ter uma capacidade reflectiva, argumentativa e lógica bastante forte para conseguirem resolver vários enigmas e questões sem dúvida formidáveis.
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